Ninguém mais duvida que o mundo está mudando. Pessoas e organizações já acordaram para esse fato. Se por um tempo pareceu que as transformações iriam demorar, a pandemia do covid-19 chegou chacoalhando as estruturas e o vírus foi como um catalisador dessa jornada de profundas mudanças.
O jeito de nos relacionarmos é a mudança mais óbvia. Mas também acelerou o despertar para um olhar mais amplo, que vai além de cada um de nós, nosso trabalho, nossas famílias e amigos mais próximos. Passamos a perceber diante dos olhos a causa e efeito dos nossos atos enquanto humanidade e como estamos profundamente conectados.
Se antes víamos grupos e organizações mais sensíveis aos temas sociais e ambientais falarem em “desenvolvimento sustentável” e em zerar o impacto, agora já está claro que isso não é mais suficiente. Esse modelo de atuação mantém um paradigma antigo, ainda baseado em um movimento de exploração e minimização de impacto. Ou seja, um modelo de desenvolvimento individual de pessoas e organizações.
A consciência de nossa interdependência e conexão não nos permite mais seguir nessa trilha da estrada. Estamos sendo convocados para construir um novo futuro.
Ou seja, zerar o impacto minimiza, mas continua a ver o planeta com as lentes de exploração de recursos. É como enxugar gelo. Inicialmente, até faz sentido, mas com o tempo você percebe que não sairá do lugar.
Por isso, acreditamos em um novo paradigma, um novo estágio de consciência e de atuação. Trabalhamos para despertar novas lentes de enxergar o mundo, que redesenhe o impacto humano na Terra: uma atuação pautada na regeneração.
Inteligência coletiva que nos leva a regeneração
A atuação baseada na regeneração tem a intenção e a prática de gerar mais capacidade de vida nos ecossistemas que existimos a partir de nossa existência.
Só haverá futuro para a humanidade, se existir as condições essenciais para a vida de todos os seres. A terra é um ecossistema único em que todos os seus elementos são interdependentes.
Por isso, a regeneração pressupõe a tomada de consciência sobre nossos impactos na Terra e em ações para construir um mundo novo e possível para todos e uma visão sistêmica de mundo, em que enxergamos a corresponsabilidade de cada um e de todo grupo, organização e comunidade no direcionamento e construção de novas realidades a partir da inteligência coletiva.
Trata-se, afinal, de compreender que nossas atitudes importam e influenciam os ambientes em que estamos inseridos, transformando-os com base em como nós mesmos mudamos e nos adaptamos.
Precisaremos trilhar uma jornada de resgate aos movimentos conectados à natureza e transformar ainda mais a forma como nos relacionamos entre humanos, animas e todos os tipos de vida e ambientes que nos rodeiam. Isso impactará diretamente o clima de onde vivemos, o nosso alimento e seu processo produtivo, nosso consumo, o ar que respiramos e a água que bebemos. Tudo o que é essencial à vida. Assim, nossas relações deixariam de ser de consumo e passam a ser de compartilhamento.
Um futuro próspero para a humanidade é um futuro próspero para todo o ecossistema da Terra. Precisaremos de resiliência, flexibilidade e esperança; e isso, a Terra tem de sobra para nos amparar. Basta, nos conectarmos a ela.
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